quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Como usar as redes sociais para melhorar o mundo - de verdade


Bastou uma viagem como voluntário na África para o americano Scott Harrisson sair de um dos promoters mais badalados de Nova York para criador de uma engenhosa e eficiente organização filantrópica do mundo. A charity:water ajuda a resolver o problema de 1 bilhão de pessoas no mundo que não têm acesso a água potável através de medidas bastante pontuais, práticas e relativamente baratas, nos locais onde as pessoas mais precisam. Como poucos, ele está conseguindo usar as redes sociais – e até as baladas – para ajudar o mundo. Nós ouvimos ele contando a sua inspiradora história.

No último dia 7 de setembro, honrando suas habilidades de eventos noturnos, Scott organizou uma festa para comemorar os 5 anos da fundação da sua ONG. Cobrou 20 dólares por pessoa na entrada e conseguiu atrair 750 pagantes. No dia seguinte, ele mandou usar todos os 15 mil dólares arrecadados para consertar 3 poços artesianos em Uganda. Sua equipe lá na África tirou fotos, colocou tudo no Google Maps, documentou os doadores e ele mandou mensagens para cada um dos baladeiros-filantropos pelo Facebook. “Tem gente que não se lembra o que fez numa festa no dia seguinte, mas isso eles vão lembrar para o resto da vida”, disse Scott.

Para ele, ver as doações fazendo a diferença é algo fundamental nos dias de hoje, que mudam o seu engajamento com filantropia. E água boa faz toda a diferença: uma enorme quantidade de doenças do mundo são contraídas por contato com água ruim, e nos lugares, onde a água potável chega pela primeira vez há uma mudança clara em toda a sociedade, desde a saúde até educação das pessoas. Para promover essas mudanças, não são necessárias obras faraônicas. A charity:water trabalha na segurança de fontes naturais, criação de poços artesianos e outros projetos que emergenciais que não demandam grande infraestrutura, e com isso já melhoraram a vida de 2 milhões de pessoas em 19 países, de Bangladesh à Bolívia.

Como fazer algo assim dar certo? Transparência absoluta (gráficos sensacionais ajudam um bocado, eu diria). Absolutamente tudo que é doado por pessoas físicas ao charity:water é utilizado nos projetos. A organização em si se mantém através de outras doações e consultorias – as contas são separadas. Como os projetos são de fácil entendimento e não um “dotação orçamentária para criação de estrutura sanitária bla bla bla” como vemos no orçamento do governo, o relatório apresentado ao doador é um primor e deveria ser seguido por absolutamente todas as entidades filantrópicas (é sério, vale ver):


Apesar de o dinheiro arrecadado por instituições filantrópicas estar diminuindo nos EUA por causa da crise, a charity:water está crescendo mais que 50% ano após ano basicamente por apostar na participação online. Cerca de 73% do dinheiro vêm de doações pelo site (via o MYcharity:water), que acontecem de várias formas. Na modalidade “doe o seu aniversário”, por exemplo, os seus amigos do Facebook ganham a opção de, em vez de te dar um presente (eles sempre esquecem), doar uma quantia para um dos projetos que você escolher. O charity:water prepara toda a estrutura, cria uma página para uma campanha com sua fotinho e convida os seus amigos das redes sociais. Depois seu nome ficará registrado para a posteridade como quem tornou possível a melhoria da vida de pessoas em algum lugar distante. E há diversas outras modalidades de arrecadação:


Para o seu quinto aniversário, Harrison quer comprar uma mini frota com caminhão-escavadeira para furar poços e levar água limpa para mais 40 mil pessoas nos próximos meses. Ele incluirá câmeras e GPS no veículo para que todos os doadores possam saber o que a máquina mudadora de vidas está fazendo a qualquer momento. O vídeo é inspirador:

The 2011 September Campaign. Our 5-year-anniversary video from charity: water on Vimeo.


Scott contou tudo isso em uma breve e empolgante palestra do 2º Social Good Summit, evento organizado pela Fundação das Nações Unidas, Mashable, 92Y, com o patrocínio da Ericsson, que nos convidou aqui para Nova York para ver essas histórias impressionantes de perto e falar com as pessoas que realmente estão usando as redes sociais para o bem. Ficaremos até quinta por aqui e traremos vários posts que podem te fazer um pouco mais otimista.

Vi no http://www.gizmodo.com.br/

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